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Psiquiatra, multa e liberdade já foram usados com Adriano

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25/03/2011 14h05

O São Paulo usa atualmente os serviços de um psiquiatra. Ele é acionado quando a psicóloga do clube julga que algum jogador precisa de sua ajuda. É uma herança da passagem de Adriano pelo Morumbi.

O clube buscou o auxílio do médico para cuidar da cabeça do atacante. Mas nem sempre os cartolas recorreram a profissionais especializados para tentar domar o Imperador. Como quando Juvenal Juvêncio recebeu o atacante de maneira ríspida em sua sala, entregou um papel e falou: "Você está multado por indisciplina. Assine".

No Morumbi, Adriano enfrentou também um certa dose de preconceito por parte de dirigentes, que consideravam o Imperador desafiador  por frequentar os mesmos restaurantes caros visitados pela cartolagem rodeado por amigos humildes, vestidos de maneira simples e quase sempre fazendo muito barulho.

No Flamengo, Adriano teve mais carinho. Depois de inúmeras ausências em treinamentos, a diretoria reuniu o elenco e escancarou o tratamento diferenciado. Justificou que se fosse para não ter mordomias ele continuaria jogando na Europa. E o Fla foi campeão brasileiro.

No Corinthians, Adriano pelo menos não terá problemas para frequentar os ambientes preferidos dos cartolas. Andrés Sanchez e outros dirigentes gostam de sair com boleiros.

O que o clube irá precisar é encontrar o equilíbrio entre o paternalismo da falta de punição e a frieza das multas. Adriano vai testar a qualidade dos profissionais e dirigentes do Corinthians. Terão que provar ter habilidade para lidar com um atleta tão complexo, fora do padrão. Um jogador que por onde passou deixou duas marcas registradas: confusões e gols.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.